terça-feira, 13 de novembro de 2012

O IMPÉRIO ROMANO DO ORIENTE

História, a ciência dos homens no tempo

     Desde a Antiguidade diversos significados foram dados Á História - relatos de guerras e feitos heróicos; interpretações de crises sociais, políticas e econômicas; narrativas sobre as relações entre os povos e disputas territoriais; estudos das relações sociais, da diversidade cultural, das transformações das sociedades, bem como de aspectos que permanecem ao longo do tempo.
     Todos esses significados podem nos ajudar a compreender as sociedades humanas, seus semelhantes e diferenças no tempo e no espaço.

Na foto, Olimpíadas de Londres 2012. Equipe E.U.A campeã na ginástica artística feminina.
     Muitos fatos constroem a história no dia a dia. Nem sempre esses fatos são políticos: evoluções tecnológicas, conquistas no esporte, atividades culturais, questões ambientais e manifestações sociais retratam também um periúdo histórico.

Astronauta trabalhando nos reparos de estação espacial.  



Protesto de sem-terras contra o massacre de Eldorado dos Carajás.


Soldado norte-americano em Kosovo. (Guerra na antiga Iugoslávia)

     O historiador francês Marc Bloch propôs que se entendesse a História como "a ciência dos homens no tempo". O conhecimento histórico se constrói nas relações entre passado e o presente, de modo que se possa compreender, ao mesmo tempo, o passado revelado pelo presente e o presente revelado pelo passado. 
     Estudar História é refletir sobre o presente, é um exercício mental de viajar pelo tempo, conhecer o modo de pensar e agir de diferentes povos, comparar modos de vida, analisar situações vividas por diferentes sociedades em variadas épocas e lugares.
     Nessa investigação, os recursos são mais diversos: relatos, documentos, textos literários, pinturas e outras fontes. É a mesma História, em linguagens diferentes.
     A História revela, portanto, a identidade de um povo, em determinada época, presente em suas mais variadas manifestações - organização política e econômica, costumes, produção artística, arquitetura, formas de laser, música e valores sociais.

O Império Romano do Oriente

     No decorrer do século III, o Império Romano teve de enfrentar uma grande crise. O governo tinha dificuldades para administrar o vasto território, defender fronteiras, cobrar impostos, reprimir as revoltas de escravos e controlar os povos dominados. Além disso, a mão-de-obra escrava se tornava cada vez mais escassa e cara devido à diminuição das conquistas territoriais. no ano de 395, o imperador Teódoro tentou solucionar a crise dividindo o império em duas partes: a do Ocidente e a do Oriente.
     Os problemas em Roma e nas províncias ocidentais prolongaram-se até o século V, sendo agravados pelas invasões dos bárbaros germânicos. Lentamente, o Império Romano do Ocidente se desestruturou e se fragmentou em diversos reinos bárbaros.
     Situações diferentes foram vividas pela parte oriental do império, que não profundamente afetada pela crise do escravismo. Ali as tradições comerciais foram mantidas, e seus lucros sustentaram a economia da região.
     Os territórios da Grécia, Egito, Síria, Palestina, Mesopotâmia e Ásia Menor formavam o Império Romano do Oriente, cuja a capital era a cidade de Constantinopla.

Banhada pelos mares Mediterrâneo e Negro, Constantinopla localizava-se numa região movimentada e era um ponto de ligação entre o Ocidente e o Oriente pelo qual passavam caravanas de comerciantes.



A trajetória de Constantinopla  

     A história de Constantinopla é curiosa. inicialmente chamada de Bizâncio, foi fundada no século VIII a.C. pelos gregos para ser uma colônia comercial. Ao longo do tempo, essa cidade despertou o interesse de muitos invasores: persas, atenienses, espartanos, macedônios, romanos e turcos.
     Dominada pelos romanos em 74 a.C., somente depois de quatro séculos obteve destaque entre as outras cidades do império. Isso porque o imperador Constantino, a partir do ano de 330, iniciou a construção de obras públicas, palácios e igrejas. Como ele foi responsável pelas transformações de Bizâncio, os romanos passaram a chamá-la de Constantinopla. Anos mais tarde, tornou-se a capital do Império Romano do Oriente, também chamado de Bizantino, em referência a seu antigo nome. Em 1453, Constantinopla foi dominada pelos turcos e ainda hoje faz parte da Turquia, com o nome de Istambul. Atualmente é uma cidade grande, onde os habitantes e os monumentos históricos convivem com problemas como poluição, congestionamentos e super população. (Este último texto foi escrito com base em: "Veneza & Istambul", Caderno de Turismo, Folha de S. Paulo, 21/07/1997)

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

RENASCIMENTO CULTURAL


A Pietà (Piedade) de Michelangelo; representa Jesus.



Vista de Florenças, Itália, com a Cúpula do Duomo, a catedral da cidade.





O processo de transformações sociais, políticas e econômicas, agravado pela crise do século XIV, abalou o sistema feudal. Esse contexto promoveu alterações significativas na maneira de pensar das pessoas, em especial dos burgueses, manifestadas na literatura, nas artes e na ciência do período, caracterizando um movimento cultural que ficou conecido como RENASCIMENTO, este processo de ocorreu entre os séculos XV e XVI.

Galileu demonstra seu primeiro telescópio. Por Sabatelli.


Jardins do Palácio Pitti - Florença.

O homem, a razão e a ciência

     O termo Renascimento não foi casual; sua origem está associada ao resgate de valores humanistas da Antiguidade greco-romana. Para melhor compreendermos a realidade, gregos e romanos voltaram sua atenção para a vida terrena e não para a vida após a morte, dedicando-se aos estudos matemáticos, científicos, filosóficos e históricos. Assim como os gregos, os romanos representavam seus deuses com forma, personalidade e sentimentos humanos, como raiva, ódio, ciúme, vingança; portanto, na antiguidade, os deuses não eram vistos como seres perfeitos.
     Na cultura greco-romana predominava o pensamento humanista, de valorização do homem, de sua capacidade de pensar e ampliar os conhecimentos em diversas áreas. O filósofo Aristóteles, por exemplo, além de se dedicar à filosofia, estudou Matemática, Botânica, Astronomia e Zoologia. Artistas, escritores e cientistas da Renascença passaram a se interessar pelo estudo de obras da Idade Antiga. Essas obras transmitiam e representavam o humanismo que eles defendiam e queriam difundir.
     Os defensores do renascimento questionavam a visão teocêntrica de mundo imposta com rigor pela Igreja à sociedade medieval. Nascia assim um movimento cultural e científico que procurava suplantar as ideias e valores medievais buscando, tomando como exemplo os gregos e romanos, explicar os fenômenos naturais e sociais por intermédio da razão, característica humana muito valorizada pelos renascentistas.
     Valorizar a razão estava em sintonia com o antropocentrismo renasentista, ou seja, a ideia de que o homem era o centro do universo. Demoradamente o ser humano passou a tomar consciência de seu papel ativo, de sua influência nos acontecimentos cotidianos, políticos e sociais, bem como de sua capacidade de interagir com a natureza. Essa maneira de pensar representava um contraste com o papel passivo, quase que inquestionador, que lhe era atribuído na cultura medieval, quando muitos acreditavam ser somente espectadores dos acontecimentos planejados por Deus.
     O Renascimento representou a transição do teocentrismo para o antropocentrismo. Entenda-se por teocentrismo a concepção segundo a qual Deus é o centro do universo, tudo foi criado por ele, por ele é dirigido e não há outra razão além do desejo divino sobre a vontade humana. Já em relação ao antropocentrismo, entenda-se como uma concepção que considera que a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, o universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o Homem. 
     Muitas obras da época demonstram que os homens se sentiam divididos entre a preocupação em salvar a sua alma e a busca do prazer mundano.

O triunfo da morte, 1562 do pintor holandês Pieter Brueghel; representa o sofrimento e a morte causados pela Peste Negra.

Queda do anjo, criação de Eva, pecado original e expulsão do Paraíso, do pintor Hieronymus Bosch; representa o conflito humano entre o prazer e o pecado.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Por que Estudar HISTÓRIA?


     Segundo Antonio Paulo Resende e Maria Thereza Didier a construção do saber histórico dá-se a partir do conhecimento do passado. Não de um passado tomado como algo morto, mas em permanente diálogo com o presente. Os tempos históricos se comunicam, e o historiador não deve perder de vista, na sua pesquisa e no seu relato, essa dinâmica.
     A produção da cultura humana é resultado de relações sociais que se modificam, e a História, como ciência, faz o registro dessas modificações. Mas a História é também feita de prmanências. Não há mudanças que rompam definitivamente com o passado. O novo tem, sempre, conexões com o antigo, quando não é o próprio antigo que se reapresenta disfarçado em outras formas. Entender a História é analisar as relações sociais, localizá-las no tempo e no espaço e perceber que essa interpretação é fruto também de determinado tempo e espaço.
     Por mais que a pesquisa histórica se aprofunde, o historiador não pode contar tudo o que aconteceu no passado, tampouco estabelecer sobre ele uma verdade inquestionável. Por exemplo, a maneira como hoje interpretamos os acontecimentos e as relações sociais de outros tempos está articulada com as dificuldades e indagações da atualidade. O trabalho do historiador é, sobretudo, interpretar o que aconteceu, tendo como ponto de partida sua concepção de história e sua pesquisa. Não existe, portanto, um relato histórico descomprometido, neutro; ele é sempre uma resposta às questões próprias do tempo do historiador e aos caminhos teóricos escolhidos por ele.
     Os livros didáticos de História revelam concepções de um mundo, e buscam organizá-las e trazer reflexões para que os leitores conheçam melhor sua sociedade e seu cotidiano. Mas, se por um lado deve procurar sistematizar informações, por outro é preciso que provoque o debate, pois todos somos sujeitos da História; ela é uma construção coletiva, uma invenção humana, e ter consciência dos problemas que ela envolve nos ajuda a pensar em mudanças que possam superá-los.
     Finalmente, como qualquer outro tipo de produção, as obras didáticas são expressões das realidades das quais se originaram. Portanto, a intenção e o "Por que Estudar HISTÓRIA" contribui para a formação de cidadãos críticos e atuantes, que se envolvam com o mundo onde vivem, sintam que a História é sua própria vida e que não há como fugir desse envolvimento. Nossas indagações, nossos questionamentos, nossa abordagem dos fatos expressam o mundo de hoje, mas de uma perspectiva de quem quer construir um outro futuro.


CAPITALISMO

 Este filme documenta uma crítica ao CAPITALISMO desde os seus primordios. Vale a pena assistir e tirar suas conclusões interpretativas.




 Nós que aqui estamos por vós esperamos (Marcelo Masagão)



  Documentário brasileiro de 1998, dirigido por Marcelo Masagão.
Foi premiado no Festival de Gramado em 2000 por sua montagem e no Festival do Recife como melhor filme, melhor roteiro e melhor montagem.


domingo, 4 de novembro de 2012

NA TERRA DOS PALEOÍNDIOS

     Um estudo publicado em 2007 amplia ainda mais o debate a respeito de como se deu o processo de povoamento do continente hoje conhecido como América. Pesquisadores encontraram na Colômbia 74 crânios humanos com idades que variam de 3 mil a 11 mil anos. O que chamou a atenção dos cientistas é que muitos desses crânios apresentam semelhanças morfológicas com o crânio de Luzia.

Reconstituição do fóssel humano (batizado de Luzia) mais antigo já encontrado nas Américas, com cerca de 11.500 anos. Encontrado no Estado de Minas Gerais - Brasil.
     De acordo com os pesquisadores, o fóssil de Luzia possui semelhanças morfológicas bem mais acentuadas com os aborígenes australianos e africanos atuais do que com os indígenas encontrados pelos europeus na América.
     A descoberta dos crânios colombianos sugere que esse grupo permaneceu no continente hoje conhecido como América por 8 mil anos, tendo convivido com as populações de mongoloides que teriam chegado depois. - entenda-se por mongoloides como termológia classificatória de "raça" atribuida pela Antropologia Física: à antropologia fisica classifica os grandes grupos humanos como "europóide" (branco),  "mongoloide" (amarelo) e "negroide" (negro).
     Essas populações de mongoloides asiáticos são os ancestrais dos atuais povos indígenas brasileiros. A discussão agora ultrapassa o campo das fronteiras territoriais para o campo das relações pessoais ou sanguineas entre "Luzia" e os 74 fósseis encontrados no sítio arqueológico Abrigo del Tequendama l, na Colômbia, com cerca de 11 mil ou 10 mil anos.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Tumba de princesa faraônica é descoberta no Egito

     A tumba de uma princesa faraônica da V dinastia (2.500 a.C.) foi descoberta na região de Abu Sir, 25km ao sul do Cairo, anunciou nesta sexta-feira o ministro das Antiguidades egípcio, Mohamed Ibrahim.

     "Descobrimos a antecâmara da tumba da princesa faraônica Shert Nebti, em cujo centro há quatro colunas de calcário", anunciou Ibrahim. As colunas apresentam "hieroglifos com o nome da princesa e seus títulos", acrescentou.

     "Foi a missão do Instituto Tcheco de Egiptologia, ligado à faculdade de letras da universidade Carlos de Praga, que descobriu a tumba", diz a nota do ministro.

     Segundo Ibrahim, "a descoberta da tumba marca o começo de uma nova era na história das sepulturas de Abusir e Saqqara, após a exploração da parte sul da tumba".

     "Foram encontradas tumbas de empregados que não faziam parte da família real, 2km ao norte das sepulturas dos membros da realeza da V dinastia", assinalou o ministro.

     Na tumba da princesa, a equipe tcheca também encontrou um corredor que começa no sudeste da antecâmara. Em sua parede, quatro aberturas levam a outras tumbas. Duas delas, do reinado de Dyedkera Isesi, pertencem a funcionários do alto escalão, e as outras duas estão sendo estudadas, afirmou o chefe da missão tcheca, Miroslav Barta.

     No corredor, há quatro grandes sarcófagos de calcário contendo estatuetas, entre elas a de um homem acompanhado de seu filho.

A tumba da princesa faraônica Shert Nebti foi descoberta em Abu Sir. Foto: AFP Photo                      
Fonte: site do Diário de Pernambuco.