'Guerra não é a solução' para a Síria
O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, afirmou nesta
segunda-feira em entrevista que a guerra "não é a solução" na Síria,
pedindo que Damasco e a oposição cheguem a um acordo nacional.
"Guerra
não é a solução. O governo que governa pela guerra terá uma tarefa
muito difícil e aqueles que chegarem ao poder (pela guerra) terão
igualmente uma tarefa dificílima", disse Ahmadinejad, referindo-se ao
regime e à oposição, em entrevista concedida à rede de televisão árabe
Al-Mayadeen, com sede em Beirute.
"Não pode haver uma guerra
religiosa na Síria", país de maioria sunita dirigido por um clã alauíta,
afirmou, acrescentando que "é preciso tentar obter um entendimento
nacional".
Perguntado se o presidente Bashar al-Assad faz parte
da solução ou se deve deixar o poder, Ahmadinejad respondeu: "Acredito
que cabe ao povo sírio determinar quem fica e quem parte".
O
presidente do principal aliado regional de Damasco se defendeu de
qualquer ingerência. "Nós não vamos interferir. É o povo sírio que deve
escolher por meio de eleições. Como organizar eleições livres? É preciso
que a segurança impere e, se não houver consenso nacional, não haverá
segurança", reforçou Ahmadinejad ao Al-Mayadeen, canal conhecido por
posições pró-Irã e Síria.
Comentando o ataque aéreo efetuado por
Israel em 30 de janeiro contra instalações militares nas proximidades de
Damasco, Ahmadinejad considerou que o ato é uma "prova de fraqueza" do
estado hebreu, mas reconheceu a incapacidade da Síria de dar uma
resposta ao ataque.
"Gostaríamos que as circunstâncias fossem diferentes na Síria, pois assim ela poderia se defender", afirmou.
Na
segunda-feira, o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional
iraniano, Said Jalili, havia alertado Israel, afirmando que a "entidade
sionista se arrependerá da agressão contra a Síria", sem dar mais
detalhes.
O ministro israelense da defesa, Ehud Barak, confirmou
implicitamente neste domingo o ataque, reafirmando que Israel não
permitirá que armas sejam transferidas da Síria para o Hezbollah xiita
libanês, aliado de Damasco e inimigo declarado de Israel.
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