quarta-feira, 30 de março de 2016

RESUMO DO LIVRO DE NICOLAU MAQUIAVEL: O PRÍNCIPE



- Aos 29 anos de idade, Nicolau Maquiavel ingressou na vida política, exercendo o cargo de secretário da Segunda Chancelaria da República de Florença. Porém, com a restauração da família Médici ao poder, Maquiavel foi afastado da vida pública. Nesta época, passou a dedicar seu tempo e conhecimentos para a produção de obras de análise política e social.


- Em 1513, escreveu sua obra mais importante e famosa “O Príncipe”. Nesta obra, Maquiavel aconselha os governantes, em especial o Príncipe Lorenzo de Médici, como governar e manter o poder absoluto, mesmo que tenha que usar a força militar e fazer inimigos. Esta obra, que tentava resgatar o sentimento cívico do povo italiano, situava-se dentro do contexto do ideal de unificação italiana. 



- O livro "O Príncipe" foi escrito por Nicolau Maquiavel em 1513, cuja primeira edição foi publicada postumamente, em 1532.


- Trata-se de um dos tratados políticos mais importantes já escritos, e que tem papel crucial na construção do conceito de Estado como modernamente conhecemos. 
- Entre outras coisas, descreve as maneiras de conduzir-se nos negócios públicos internos e externos, e fundamentalmente, como conquistar e manter um principado

- O livro “O Príncipe” é um manual prático que foi dado como presente por Maquiavel ao Príncipe Lorenzo de Médici.

Príncipe Lorenzo de Médici

- A obra envolve experiência e reflexões do autor. 

- Maquiavel analisa a sociedade de maneira fria e calculista e não mede esforços quando trata de como obter e manter o poder.

- Questão: como constituir e manter a Itália como um Estado livre, coeso e duradouro? Ou como adquirir e manter principados?

- A tirania é apresentada por Maquiavel como uma resposta prática a um problema prático 

- No livro “O Príncipe” não há considerações de direito, mas apenas de poder: são estratégias para lidar com criações de força.


- Teoria das relações públicas: cuidados com a imagem pública do governante.
- Teoria da cultura política: religião nacional, costumes e ethos social como instrumentos de fortalecimento do poder do governante.
- Teoria da administração pública: probidade administrativa, limites à tributação e respeito à propriedade privada. 
- Teoria das relações internacionais: Exércitos nacionais permanentes, em lugar de mercenários. Exercito nacionais para conquista, defesa externa e ordem interna.


- Em sua obra “O Príncipe”, Nicolau Maquiavel mostra a sua preocupação em analisar acontecimentos ocorridos ao longo da história, de modo a compará-los à atualidade de seu tempo.

- A obra é dividida em 26 capítulos, que podem ser agregados em cinco partes, a saber: 
*capítulo I a XI: análise dos diversos grupos de principados e meios de obtenção e manutenção destes;
*capítulo XII a XIV: discussão da análise militar do Estado; 
*capítulo XV a XIX: estimativas sobre a conduta de um Príncipe; 
*capítulo XX a XXIII: conselhos de especial interesse ao Príncipe; 
*capítulo XXIV a XXVI: reflexão sobre a conjuntura da Itália à sua época.

- Na primeira parte (cap.I a XI), Maquiavel mostra, através de claros exemplos, a importância do exército, a dominação completa do novo território através de sua estadia neste; 

- Mostra a necessidade da eliminação do inimigo que no país dominado encontrava-se e como lidar com as leis pré-existentes à sua chegada;

- Dava o consentimento da prática da violência e de crueldades, de modo a obter resultados satisfatórios, onde se encaixa perfeitamente o tão famoso postulado atribuído a Maquiavel de que “os fins justificam os meios” como os pontos mais importantes. 

- A guerra é a verdadeira profissão de todo governante e odiá-la só traz desvantagens.


- Já na segunda (cap.XII ao XIV), reflete sobre os perigos e dificuldades que tem o Príncipe com suas tropas, compostas de forças auxiliares, mistas e nacionais, e destaca a importância da guerra para com o desenvolvimento do espírito patriótico e nacionalista que vem a unir os cidadãos de seu Estado, de forma a torná-lo forte. 

- Do capítulo XV ao XIV, vê-se a necessidade de certa versatilidade que deve adotar o governante em relação ao seu modo de ser e de pensar a fim de que se adapte às circunstâncias momentâneas.

- ”Qualidades”, em certas ocasiões, como afirma o autor, mostram-se não tão eficazes quanto “defeitos”, que , nesse caso, tornam-se próprias virtudes; 

- O obra também fala da temeridade dele perante a população quanto ao sentimento de afeição, como medida de precaução à revolta popular, devendo o soberano apenas evitar o ódio; 

- Fala da utilização da força sobreposta à lei quanto disso dependeram condições mais favoráveis ao seu desempenho; 

- Também fala da importância da sua boa imagem em face aos cidadãos e Estados estrangeiros, de modo a evitar possíveis conspirações.

- Em seguida, constata-se um questionamento das utilidades das fortalezas e outros meios quanto a finalidade de proteção do Príncipe; 

- Depois ele disserta sobre o modo como o principe encontrará mais serventia em pessoas que originalmente lhe apresentavam suspeita em contrapartida às primeiras que nele depositavam confiança; 

- Indica como o príncipe deve agir para obter confiança e maior estima entre seus súditos; 

- Fala sobre a importância da boa escolha de seus ministros;

- O livro se apresenta como uma espécie de guia sobre o que fazer com os conselhos dados ao príncipe. Conselhos estes que são raramente úteis, quando levamos em consideração o interesse oculto de quem os dá. 

- Na última parte, que abrange os três capítulos finais, Maquiavel foge de sua análise propriamente “maquiavélica” na forma de um apelo à família real, de modo que esta adote resoluções em favor da libertação da Itália, dominada então pelos bárbaros. 

Documentário: O Príncipe (Nicolau Maquiavel)

- Terminada a breve exposição dos principais temas abordados no livro “O Príncipe” aqui sintetizado, conclui-se ser tamanha a complexidade organizacional de um Estado, que se recorre a todo e qualquer meio, justo ou injusto, da república à tirania, para ter-se como consequência não um país justo no sentido próprio da palavra (ao menos não se julga, habitualmente, haver uma possibilidade de fazer-se justiça com relação a todos os integrantes de uma sociedade ou grupo de extensão considerável, já que os interesses são os mais variados), mas estável, governável e próprio de orgulho por suas partes e, principalmente, de respeito perante aos demais países/nações, o que certamente propiciaria um meio sadio e mais tranquilo de viver-se, tanto ao Príncipe quanto aos seus seguidores.



- Em função das idéias defendidas no livro “O Príncipe”, o termo “maquiavélico” passou a ser usado para aquelas pessoas que praticam atos desleais (até mesmo violentos) para obter vantagens, manipulando as pessoas. Este termo é injustamente atribuído a Maquiavel, pois este sempre defendeu a ética na política.



"Precisando um príncipe de saber usar bem o animal, deve tomar como exemplo a raposa e o leão; pois o leão não é capaz de se defender das armadilhas, assim como a raposa não se sabe defender dos lobos. Deve, portanto, ser raposa para conhecer as armadilhas e leão para espantar os lobos."

Niccolo Maquiavel

A forca física do leão, e a sagacidade da raposa.

Referência:

MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe: comentários de Napoleão Bonaparte. Tradução Edson Bini. 12. ed. São Paulo: Hemus, 1996.

Disponível em:
www.blogdoprofessorhenry.blogspot.com

Um comentário:

Isnanda Cátia Pedroza Silva disse...

Nossa! Maravilhoso documentário,que sejamos rígidos, porém flexíveis esse pensamento praticado seria a melhor substância do ser humano entrelaçada nos atos do cotidiano.