segunda-feira, 1 de outubro de 2018

A história e o historiador


Origem e desenvolvimento da história


      A História é a disciplina que estuda a vida humana em sociedade ao longo do tempo. O objetivo do historiador é compreender ações, desejos, pensamentos, sentimentos e criações culturais em diversas sociedades e em diferentes épocas.
      A palavra “história” tem origem no termo istorie. Em um dialeto do grego antigo, chamado jônio, esse termo significava “investigação” e estava relacionado a outras duas palavras: o substantivo istor (“testemunha”) e o verbo istorein (“informar-se”). Esse foi o sentido usado pelo viajante grego Heródoto (século V a. C.), que escreveu uma história sobre as guerras dos gregos contra os persas com base em testemunhas dos acontecimentos. Para Heródoto, o objetivo da história era produzir um discurso ou relato verdadeiro dos fatos, separando-os dos mitos, das fábulas e das lendas.
    Até o advento do mundo moderno, surgiram muitas outras maneiras de entender a história. No século XVI, contudo, foram formulados métodos para orientar a análise das fontes históricas, distinguindo os documentos falsos dos verdadeiros. Por meio do contato direto com as fontes e do desenvolvimento do método crítico, os historiadores procuravam compreender toda a diversidade de instituições, criações culturais, hábitos de pensamento, usos e costumes entre os povos.

NOVOS RUMOS DA HISTÓRIA


   Mesmo depois da formulação de métodos para estuda-la, a história ainda era considerada um gênero literário, ou seja, importava mais a elegância da escrita do que a objetividade do conhecimento. Isso mudou no século XIX, quando a história passou a ser considerada uma ciência e tornou-se uma disciplina acadêmica, ensinada em escolas e universidades. Desde então, os estudiosos de história passaram a se preocupar em preservar o patrimônio documental e material sobre o passado, principalmente o das nações. Para conservar e divulgar a memória nacional foram fundadas instituições como museus, escolas, arquivos, institutos históricos e associações arqueológicas.
    No século XX, o conhecimento histórico avançou muito. Os historiadores não se restringiam mais à narração dos acontecimentos que pontuavam a memória da nação (guerras, batalhas, revoluções etc.), como faziam no século XIX. Outras áreas de pesquisa e outros métodos e abordagens foram desenvolvidos, modificando as relações entre presente, passado e futuro e transformando o modo como o conhecimento histórico era produzido. Como parte desse movimento de mudança, novos campos de estudo se desenvolveram, como, por exemplo, a história da infância, das atitudes diante da morte, da loucura, da relação entre ser humano e o clima, das mulheres, da leitura, entre muitos outros. Além disso, alguns vestígios que não eram considerados fontes históricas passaram a ser tratados como tal.

AS FONTES HISTÓRICAS


    Todos os vestígios deixados pelas gerações passadas são fontes que podem ser analisadas pelos historiadores para produzir conhecimento histórico. Esses vestígios podem ser registros escritos, monumentos, fotografias, pinturas, instrumentos de trabalho, joias e vestimentas, entre muitos outros objetos feitos pelo ser humano, que servem de base para a construção de conhecimento histórico. No século XIX, quando a história tornou-se uma disciplina acadêmica e o ofício do historiador uma profissão reconhecida, apenas os documentos escritos eram considerados fontes históricas, especialmente os registros oficiais produzidos pelos Estados, como tratados diplomáticos, narrativas de batalhas, documentos administrativos.
  No século XX, a concepção de fonte histórica se ampliou consideravelmente. Vestígios arqueológicos, músicas, mitos, lendas, objetos de cultura material, relatos orais, obras literárias, imagens, peças de teatro e filmes, entre outros, passaram a ser considerados fontes para o conhecimento do passado. Todas as produções humanas tornaram-se relevantes para a investigação histórica. Essa transformação foi um dos fatores que possibilitaram a ampliação do território do historiador e a abertura de novos campos de pesquisa.

Xipe Totec (deus da fertilidade) escultura asteca, séculos XIV-XVI. Museu das Culturas, Basileia, Suíça. Vestígios arqueológicos como esse permitem o estudo sobre os costumes, a religiosidade e o desenvolvimento técnico e artístico de uma sociedade.


Fonte de pesquisa: Editora Moderna.


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