sexta-feira, 27 de março de 2020

Espaço Geográfico

O conceito de espaço geográfico varia conforme a abordagem realizada. Mas, em geral, refere-se à materialização da relação entre o homem e o meio.

Espaço Geográfico é um importante conceito para a Geografia, haja vista que ele é o objeto principal de estudo dessa área do conhecimento. Sendo assim, entender o espaço geográfico significa também compreender o papel que essa ciência possui no sentido de investigar a realidade tanto em seu aspecto social quanto em suas premissas naturais, com ênfase nas relações entre sociedade e natureza.
Não há, no entanto, um consenso entre os geógrafos sobre o que seria, exatamente, o espaço geográfico, haja vista que muitos deles orientam-se a partir de diferentes correntes de pensamento que apresentam diferentes perspectivas. Por exemplo, para a corrente Nova Geografia, o espaço geográfico corresponde à organização da sociedade e seus elementos sobre o meio.
Há autores, como Richard Hartshorne, que defendem que o espaço geográfico é apenas uma construção intelectual, não existindo de fato na sociedade. Seria, nesse caso, uma concepção da forma como nós enxergamos a realidade no sentido de apreender como acontece a espacialização da sociedade e tudo o que por ela foi construído.
Já Milton Santos afirma que o espaço geográfico é um conjunto de sistemas de objetos e ações, isto é, os itens e elementos artificiais e as ações humanas que manejam tais instrumentos no sentido de construir e transformar o meio, seja ele natural ou social.
Para os geógrafos humanistas, porém, o conceito de espaço geográfico estaria atrelado à questão subjetiva, cultural e individual. Nesse sentido, o espaço é o local de morada dos seres humanos e, mais do que isso, é o meio de vivência onde as pessoas imprimem suas marcas cotidianamente, proporcionando novas leituras à medida que a compreensão do mundo modifica-se.

Mapa mental: Espaço geográfico

*Para baixar o mapa mental em PDF, clique aqui!

Portanto, se consideramos apenas algumas das várias definições existentes, podemos perceber que o conceito em questão possui várias visões conflitantes entre si. O que, no entanto, pode ser estabelecido como consenso é que o espaço geográfico representa a intervenção do homem sobre o meio, ou seja, um produto (que, dependendo da abordagem, pode também ser um produtor) das relações humanas e suas práticas sobre o substrato natural.



Se ao longo de um rio, por exemplo, constrói-se uma ponte, estamos provocando a alteração das paisagens locais, o que representa a expressão do espaço geográfico. Se em uma cidade adotam-se medidas de revitalização de áreas degradadas, temos aí a transformação do espaço. Portanto, tudo o que é construído pelo homem é, notadamente, geográfico: hidrelétricas, cidades, campos agrícolas, sistemas de irrigação, entre outros elementos, são as construções mais visíveis do espaço geográfico.
Hidroelétrica, um exemplo da intervenção do homem sobre o meio






O espaço geográfico envolve uma diversidade de aspectos e elementos






O espaço geográfico envolve uma diversidade de aspectos e elementos




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Por Me. Rodolfo Alves Pena
Adaptação: Prof. Luiz Carlos Penha
Atenção! Atividades exclusivas para os 9• Anos
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
PENA, Rodolfo F. Alves. "Espaço Geográfico"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/espaco-geografico.htm. Acesso em 27 de março de 2020.

República Oligárquica

A República Oligárquica inaugurou um novo período político no Brasil, durante a Primeira República, no qual a oligarquia rural cafeeira paulista dominou o poder político.

Com a proclamação da República, em 1889, inaugurou-se um novo período na história política do Brasil: o poder político passou a ser controlado pelas oligarquias rurais, principalmente as oligarquias cafeeiras. Entretanto, o controle político exercido pelas oligarquias não aconteceu logo em seguida à proclamação da República – os dois primeiros governos (1889-1894) corresponderam à chamada República da Espada, ou seja, o Brasil esteve sob o comando do exército. Marechal Deodoro da Fonseca liderou o país durante o Governo Provisório (1889-1891). Após a saída de Deodoro, o Marechal Floriano Peixoto esteve à frente do governo brasileiro até 1894.
No ano de 1894, os grupos oligárquicos, principalmente a oligarquia cafeeira paulista, estavam articulando para assumir o poder e controlar a República. Os paulistas apoiaram Floriano Peixoto. Dessa aliança surgiu o candidato eleito nas eleições de março de 1894, Prudente de Morais, filiado ao Partido Republicano Paulista (PRP). A partir de então, o poder político brasileiro ficou restrito às oligarquias agrárias paulista e mineira, de 1894 a 1930, período conhecido como República Oligárquica. Assim, o domínio político presidencial durante esse intervalo de tempo prevaleceu entre São Paulo e Minas Gerais, efetivando a política do café-com-leite.
Durante o governo do presidente Campo Sales (1898-1902), a República Oligárquica efetivou o que marcou fundamentalmente a Primeira República: a chamada política dos governadores, que se baseava nos acordos e alianças entre o presidente da República e os governadores de estado, que foram denominados Presidentes de estado. Estes sempre apoiariam os candidatos fiéis ao governo federal; em troca, o governo federal nunca interferiria nas eleições locais (estaduais).
Mas, afinal, como era efetivado o apoio aos candidatos à presidência da República do governo federal pelos governadores dos estados? Esse apoio ficou conhecido como coronelismo: o título de coronel surgiu no período imperial, mas com a proclamação da República os coronéis continuaram com o prestígio social, político e econômico que exerciam nas vizinhanças das localidades de suas propriedades rurais. Eles eram os chefes políticos locais e exerciam o mandonismo sobre a população.
Os coronéis sempre exerceram a política de troca de favores, mantinham sob sua proteção uma enorme quantidade de afilhados políticos, em troca de obediência rígida. Geralmente, sob a tutela dos coronéis, os afilhados eram as principais articulações políticas. Nas áreas próximas à sua propriedade rural, o coronel controlava todos os votos eleitorais a seu favor (esses locais ficaram conhecidos como “currais eleitorais”).
Nos momentos de eleições, todos os afilhados (dependentes) dos coronéis votavam no candidato que o seu padrinho (coronel) apoiava. Esse controle dos votos políticos ficou conhecido como voto de cabresto, presente durante toda a Primeira República, e foi o que manteve as oligarquias rurais no poder.
Durante a Primeira República, o mercado tinha o caráter agroexportador e o principal produto da economia brasileira era o café. No ano de 1929, com a queda da Bolsa de Valores de Nova York, a economia cafeeira brasileira enfrentou uma enorme crise, pois as grandes estocagens de café fizeram com que o preço do produto sofresse uma redução acentuada, o que ocasionou a maior crise financeira brasileira durante a Primeira República.
Na Revolução de 1930, Getúlio Vargas assumiu o poder após um golpe político que liderou juntamente com os militares brasileiros. Os motivos do golpe foram as eleições manipuladas para presidência da República, as quais o candidato paulista Júlio Prestes havia ganhado, de forma obscura, em relação ao outro candidato, o gaúcho Getúlio Vargas, que, não aceitando a situação posta, efetivou o golpe político, acabando de vez com a República Oligárquica e com a supremacia política da oligarquia paulista e mineira.
A política dos governadores foi o principal instrumento político que manteve no poder local (estados) e central (Brasil) as oligarquias rurais
A política dos governadores foi o principal instrumento político que manteve no poder local (estados) e central (Brasil) as oligarquias rurais
MAPA MENTAL: REPÚBLICA OLIGÁRQUICA

Assista o filme: Policarpo Quaresma, herói do Brasil Adaptado do romano “O triste fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto, conta a história do major Policarpo Quaresma (Paulo José), um visionário que ama o seu país e deseja que o tupi-guarani seja adotado como idioma nacional. Ele tem o apoio de sua afilhada Olga (Giulia Gam) por quem nutre um afeto especial e Ricardo (Ilya São Paulo), trovador e compositor de modinhas. Policarpo consegue advogar em temas tão atuais como a reforma agrária, a moralização da política nacional, a valorização da cultura indígena, o direito de manifestação e a honestidade de princípios. Acaba se envolvendo em fatos históricos ocorridos do governo de Floriano Peixoto (Othon Bastos). Direção de Paulo Thiago. Brasil, 1988.

Atenção! Atividades exclusivas para os 9• Anos
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
CARVALHO, Leandro. "República Oligárquica"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/republica-oligarquica.htm. Acesso em 27 de março de 2020.