terça-feira, 17 de julho de 2012

Do medo normal ao medo patológico; Quando a ansiedade não passa.


Do medo normal ao medo patológico
Sentimentos de ansiedade são muito úteis, impedindo que as pessoas entrem em situações que são muito perigosas.
Aqueles que tiveram uma experiência traumática inicialmente tendem a evitar o local da tragédia por causa do medo.
Com o passar do tempo, como a situação não se repete, normalmente os sintomas de medo diminuem gradualmente.
“A memória dos acontecimentos traumáticos não é apenas apagada,” afirma o Dr. Andras Bilkei Gorzo, da Universidade de Bonn (Alemanha). “As pessoas afetadas aprendem, por meio de um processo de aprendizagem ativa, que eles não precisam mais ter medo porque o perigo já passou.”
Mas, após um estresse psíquico extremo, como o resultante de guerras, sequestro, acidentes ou catástrofes podem desenvolver desordens de ansiedade crônicas, que não cedem mesmo depois de meses e anos do ocorrido.
Dinorfina
Mas por que os incidentes traumáticos parecem ter sido completamente deletados da memória de algumas pessoas, enquanto permanecem vivos na memória de outras?
“Nós conseguimos demonstrar por meio de uma série de experimentos que a dinorfina desempenha um papel importante no enfraquecimento da ansiedade,” responde o Dr. Andreas Zimmer, coautor do estudo.
A dinorfina é uma substância do grupo dos opióides, que inclui também, por exemplo, as bem conhecidas endorfinas.
As endorfinas são liberadas pelo corpo de atletas, e têm um efeito analgésico e eufórico.
As dinorfinas têm o efeito inverso: elas funcionam como um amortecedor emocional.
Traumas e fobias
A equipe testou o impacto exato das dinorfinas sobre o cérebro usando camundongos cujo gene para a formação dessa substância havia sido desativado.
Depois de terem sido expostos a um breve, mas desagradável, choque elétrico, os animais passaram a apresentar sintomas persistentes de ansiedade, mesmo muito tempo depois que o estímulo foi suprimido.
Em seguida, os pesquisadores mostraram que estes resultados podem ser transferidos para as pessoas.
Isso foi mais fácil porque há uma grande diferença nos níveis de dinorfinas liberadas pelo cérebro entre as pessoas. Os voluntários foram distribuídos em grupos, um com alto nível de liberação de dinorfina e outro com nível muito baixo da substância natural.
Os resultados foram os mesmos que para os animais.
Os cientistas agora planejam usar os resultados para desenvolver abordagens de longo prazo para o tratamento de pacientes com traumas e fobias. [Redação do Diário da Saúde]

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