segunda-feira, 20 de maio de 2013

Divisão do Trabalho na agropecuária

 Aproveito o espaço para divulgar um belíssimo material que garimpei na web de autoria do colega Juscelino Eudâmidas Bezerra.
 
AGRONEGÓCIO E A NOVA DIVISÃO SOCIAL E
TERRITORIAL DO TRABALHO AGROPECUÁRIO
FORMAL NO NORDESTE
 
 
RESUMO


O objetivo da pesquisa é compreender a divisão territorial do trabalho agropecuário formal
nas áreas de expansão do agronegócio da fruticultura e da soja no Nordeste como signo da
expansão do capital no campo. Para isso utilizamos a metodologia baseada na organização
e execução de uma matriz metodológica a partir da base de dados da Relação Anual de
Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro de Empregados e Desempregados (CAGED),
ambas pertencentes ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A adequação ao modelo
preconizado pelo agronegócio no Nordeste brasileiro tem se processado de forma bastante
veemente, graças ao constante processo de reestruturação produtiva da agropecuária.
Nesse modelo, a natureza não representa um fator ofensivo à regulação econômica do
território. Atualmente as áreas de expansão da agropecuária moderna têm se organizado a
partir do desenvolvimento de atividades altamente lucrativas. É o caso da fruticultura que
ocupa os vales úmidos dos rios São Francisco, Açu e Jaguaribe, bem como a expansão da
sojicultura nos cerrados nordestinos, mais precisamente nos Estados do Maranhão, Piauí e
Bahia. A consecução do agronegócio no campo nordestino acelerou o processo de transição da

terra de trabalho para a terra de negócio (MARTINS, 1991) via expropriação dos
trabalhadores rurais e o crescimento do processo de territorialização do capital através da
chegada de empresas agropecuárias, lócus da reprodução de formas de afirmação e
negação do capital. Os rebatimentos para a classe trabalhadora se evidenciaram mediante o
aumento do estoque de empregos formais no setor da agropecuária no Nordeste, sobretudo
nas áreas de produção da fruticultura e da soja. A reestruturação produtiva agropecuária
também acarretou inúmeras mudanças no perfil da classe trabalhadora como o aumento da
participação das mulheres, da demanda por trabalho especializado e o surgimento de novas
categorias sócio-ocupacionais. As áreas de expansão do agronegócio também foram
exemplos da extrema precarização dos trabalhadores onde os mesmos atuam em extensas
jornadas de trabalho, muitas vezes, em condições não compatíveis aos preceitos das
normas trabalhista. Conclui-se que os trabalhadores do agronegócio no Nordeste estão
numa verdadeira encruzilhada, pois destituídos dos meios de produção se submetem quase
que inevitavelmente a venda de sua força de trabalho sendo alvos fáceis para a ocupação
em atividades precárias. Contrariamente ao movimento de expansão do agronegócio
globalizado e na busca por um novo modelo de orientação da sociedade é que os
movimentos sociais nas áreas de expansão do agronegócio apresentaram uma maior
dinâmica, através da ocupação de terras para a viabilização da reforma agrária e da
soberania alimentar.


Palavras – chave

: agronegócio, divisão territorial do trabalho agropecuário formal, Região
Nordeste
 
Em anexo link da dissertação de mestrado.
 

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