A falta de compromisso de grande parte dos políticos com seus eleitores acaba despertando um sentimento de insatisfação. Uma das reações, principalmente dos que já possuem uma opinião formada, é reivindicar se abstendo de votar ou anulando seu voto. O problema é que a Justiça Eleitoral não leva em consideração milhares de brasileiros que defendem essa ideia.
O professor de Designer da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Silvio Diniz, há alguns anos deixou de eleger algum candidato por acreditar que as opções deixam muito a desejar.
“Não acredito que a gente viva numa democracia e a prova disso é que não temos a opção de votar ou de não votar. Sou contrário a obrigatoriedade do voto. Num estado democrático não se pune o eleitor que prefira não ir às urnas. Hoje, os políticos só vão entender o recado quando não tiverem quórum suficiente para elegê-los. É preciso que as pessoas entendam que nossa estrutura eleitoral na verdade é eleitoreira”, declarou.
Para Diniz, o povo não tem consciência polítitica. “As pessoas têm a consciência do agora e acham que o ‘cara’ que calça a rua dele ou que lhe dá uma cesta básica é bonzinho. Hoje o Recife é um caos em todas as áreas. Quando essa obrigatoriedade do voto deixar de existir as coisas podem começar a funcionar. Se não existem candidatos preparados temos que anular o voto até porque essa teoria de votar no menos ruim não me convence”, disparou. “Trabalho em uma instituição onde a anulação do voto pode cancelar uma eleição, onde se leva em conta a opinião. Porque o mesmo não acontece nas eleições do País?”, questionou.
Fonte: - Folha de Pernambuco, JAMILLE COELHO
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